Método socrático
O método socrático consiste
em uma técnica de investigação filosófica feita em diálogo que consiste em o
professor conduzir o aluno a um processo de reflexão e descoberta dos próprios
valores. Para isso ele faz uso de perguntas simples e quase ingênuas que têm
por objetivo, em primeiro lugar, revelar as contradições presentes na atual
forma de pensar do aluno, normalmente baseadas em valores e preconceitos da
sociedade, e auxiliá-lo assim a redefinir tais valores, apreendendo a pensar
por si mesmo.
Tal técnica deve seu nome "socrático" a Sócrates, o filósofo grego do século V A.C., que teria sido o primeiro a
utilizá-la. O filósofo não deixou nenhuma obra escrita, mas seus diálogos nos
foram transmitidos por seu discípulo Platão. Nesses textos Sócrates, utilizando um discurso
caracterizado pelamaiêutica (levar ou induzir uma pessoa, por ela
própria, ou seja, por seu próprio raciocínio, ao conhecimento ou à solução de
sua dúvida) e pela ironia, levava o seu interlocutor a entrar em contradição,
tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é
limitado. No entanto, Aspásia é
referida por Sócrates como uma das mais importantes personalidades a orientá-lo
em seu desenvolvimento intelectual e filosófico, sobretudo na arte da retórica. Alguns acadêmicos acreditam que
teria sido Aspásia quem inventou o método socrático.
Desde seu princípio na antiguidade o método socrático foi
utilizado e desenvolvido por diversos filósofos até a atualidade. Leonard Nelson e Gustav Heckman são
dois importantes nomes ligados ao uso atual do método em filosofia. Além disso,
sobretudo com o desenvolvimento da cognitiva
nos anos 60 do séc. XX, o método socrático passou a ser utilizado como método
de entrevista em diversos contextos de psicoterapia e aconselhamento.
Nietzsche viu em Sócrates a mudança da
filosofia, a que denomina funesta, intuitiva, para uma filosofia da "racionalidade"
desagregadora da vida, referindo-se a Teoria dos Dois Mundos surgida pelos
seus ensinos no discípulo Platão. Já Kierkegaar salienta no método socrático o
destaque à ironia. Apreço à ironia é a opinião com que concorda Schuster, e
define nele o pouco apreço à própria ciência no saliente ditado: "só sei
que nada sei"; e a elevação
da ética e da arte de viver, visto que no seu ensino a felicidade seria o
fim a ser alcançado na vida.
A maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento que não chega ao conhecimento absoluto. Ele comparava frequentemente este método socrático com a profissão da mãe: era possível trazer a verdade à luz.
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